31 outubro, 2015

Poesia: "A Descoberta do Fogo"


Hoje, novamente um poema de minha autoria, após a publicação de Tribuna Paulista. Desta vez, entretanto, sem a restrição de escrever nos moldes do Condoreirismo (com uso constante hipérboles e vocativos). Inconscientemente, deixei a escrita na levada da minha mão, corrigindo-a, conscientemente, apenas após terminá-la, com a graça da minha razão. Espero que gostem:

A Descoberta do Fogo
À tarde sob o espectro crepuscular,
Pendurado à maneira augusta dos índios,
Entre duas palmeiras,
A mordiscar o fruto das mangueiras vizinhas
(Augusta deveras).

Ponho-me a pensar,
Pois tinha senão sete anos -
Sete anos mas nenhum amigo -
E pensar era estar sozinho.

A Descoberta do Fogo!
Quem, dentre nós, acendera a primeira chama?
Quem, dentre nós, tocara as mãos imponentes de Prometeu? 

Como fantasmas em comboio a transportar a carga do Tempo,
Um eremita dos séculos sepultados?
Um nômade da pré-história africana?
Um americano das patentes modernas?
Ou eu que não sabia - que não sei - nada?
Pois à parte da História Coletiva,
Que é descobrir senão experimentar individualmente?

 (Risquei um fósforo,
Noutra noite sob o luar,
Entre as baionetas do campo de centeio).

Só, por si só, e eternamente sozinho.

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