09 dezembro, 2015

Conto: "Surdo, cego e mudo"

Hoje, após a publicação de dois poemas, trago um pouco de prosa para vocês, embora ainda com reminiscências poéticas. Leiam (com carinho):

Surdo, cego e mudo

Minha alma nasce surda, cega e muda. O homem, de sua inocência juvenil ao momento impreciso e epifânico de sua vida, permanece deficiente sem esses sentidos.

A chama mantém-se quieta: uma fagulha pálida, silenciosa, quase nua. Mas de repente infla, uma energia demasiada ao corpo do portador. E a paixão, quase tão subitamente como sua vinda, se deteriora, e o tudo metamorfoseia-se ao nada.

"O que fazer?" pergutam eu e o mundo. "O caminho parece tão sinuoso." O reino dos sonhos torna-se mais confortável e seguro, e nele teimamos permanecer; mas a vida nos prende ao sofrimento e a corda, antes dourada e reluzente, estica-se fina e prateada. Eles a cortam, ao passo que eu tenho medo: pois o medo da morte seria um tanto saudável?

Ando. O violão, por muito tempo intocado, tem nas cordas a música e, portanto, a melodia curatia para os meus ouvidos outrora surdos. Caminho. As tintas resplandecem as cores proibidas à minha antiga tristeza. Percorro o deserto desolado, mas ainda à minha frente, estende-se o mundo! E agora tenho voz, pois mesmo silenciosa tem em si a paixão pela vida!

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