20 setembro, 2014

Resenha: 1984, de George Orwell

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  por George Orwell

ISBN: 2655792
Tradução: Wilson Velloso
Ano: 2009
Páginas: 416
Editora: Companhia das Letras
Pontuação:
Winston, herói de 1984, último romance de George Orwell, vive aprisionado na engrenagem totalitária de uma sociedade completamente dominada pelo Estado, onde tudo é feito coletivamente, mas cada qual vive sozinho. Ninguém escapa à vigilância do Grande Irmão, a mais famosa personificação literária de um poder cínico e cruel ao infinito, além de vazio de sentido histórico. De fato, a ideologia do Partido dominante em Oceânia não visa nada de coisa alguma para ninguém, no presente ou no futuro. O’Brien, hierarca do Partido, é quem explica a Winston que 'só nos interessa o poder em si. Nem riqueza, nem luxo, nem vida longa, nem felicidade - só o poder pelo poder, poder puro.'

Publicado originalmente em 1949 nos Estados Unidos pelo clássico escritor britânico George Orwell, 1984 é um romance distópico que apresenta o suposto mundo do ano homônimo, no qual a sociedade é totalmente reprimida por aqueles que estão no poder. O livro é considerado o magnum opus do escritor.

Winston Smith escreve novelas. No mundo distópico do ano de 1984, nosso herói trabalha para o Ministério da Verdade - que ironicamente contribui para a grande mentira do Estado. Ele reescreve o passado que, antes inalterável, reconstrói-se de acordo com a conveniência do Grande Irmão.

Guerra é Paz,
Liberdade é Escravidão,
Ignorância é Poder.

O Grande Irmão zela por ti. Ele representa a soberania do Partido, a quem todos devem irracionalmente amar. Aqui, constrói-se uma forte crítica ao fascismo por parte do autor.

O mundo é dividido em três grandes nações: a Oceania, a Lestásia e a Eurásia. Neste primeiro se passa a trama, onde o poder é dividido em quatro ministérios: Paz, Fartura, Verdade e Amor. Como o livro dado a Winston por O'Brien explicita, desde o período Neolítico, a sociedade se dividia hierarquicamente em classe Alta, Média e Baixa. Estando a Alta no topo do poder, cabia a ela manter esta posição; a Média almejava ser a primeira classe; por sua vez, a Baixa - quando não totalmente alienada pelas outras duas - desejava a igualdade entre os direitos. Para que os Altos mantivessem o poder indefinidamente, uma longa estratégia era precisa. O Grande Irmão fora o primeiro a conseguir.

O modo como o Partido mantêm o poder em mãos é algo que já vimos - de forma menos satisfatória - na nossa História. Orwell cita o caso da Alemanha Nazista.

"Nada pertencia ao indivíduo, com exceção de alguns centímetros cúbicos dentro do crânio"

Esta foi, entre tantas, uma das frases que me fez refletir profundamente a cerca  do próprio ato de pensar, pois quando o homem descobrir um mal capaz de destrancar os segredos da mente - esta que nos torna únicos e, quando fortes e sábios, impenetráveis - estaremos condenados: se não à morte, ao fim da pouca liberdade que nos resta.

Orwell escreveu muitas palavras inventadas por ele próprio, como Novilíngua e duplipensar. Esta significa saber que está errado, mas convencer-se que está certo. Aquela representa a língua do novo mundo, na qual as palavras inconvenientes ao Grande Irmão da língua antiga foram cortadas, pois são das palavras silenciosas que se nascem grandes ideias e delas, quando compartilhadas, uma revolução no mundo.

Com temas políticos, sociais e filósofos, 1984 é um dos livros mais importantes do século.

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