por Antoine de Saint-Exupéry
ISBN: 8522005230
Tradução: Dom Marcos Barbosa
Ano: 1999
Páginas: 95
Editora: Agir
Pontuação: ★★★★★ ♥
O Pequeno Príncipe é uma fábula. Ou se preferirmos, uma parabola. Não é
um livro para crianças, porque traz justamente a mensagem da infância, a
mensagem da criança. Essa criança que irromperá de repente no deserto do
teu coração, a milhas e milhas de qualquer região habitada. A menos que
não
queira ver, a face do Pequeno Principe, a face de um outro, coroada com
os espinhos da rosa.... Este livro é também um teste. É o verdadeiro
desenho
numero 1. Se não o quiseres compreender, se não te interessas pelo seu
drama, fica aqui a sentença do Principe: Tu não és um homem de verdade.
Tu não
passas de um cogumelo
Publicado originalmente em 1943 nos Estados Unidos pelo escritor francês Antoine de Saint-Exupéry, O PEQUENO PRÍNCIPE foi o terceiro livro mais traduzido de todos os tempos. Com sua escrita poética e filosófica, a obra infantil conquistou fãs do mundo inteiro.
O pequeno príncipe se aproveita duma migração de pássaros selvagens. Durante
um voo solitário pelo deserto do Saara, um aviador pousava, devido a uma pane
no motor. Com uma quantidade de água limitada, cabia a ele consertar
rapidamente o avião.
Numa
manhã, um estranho garoto, o pequeno príncipe, o acordou, pedindo a ele que
desenhasse um carneiro.
O
aviador, por coincidência ou não, gostava muito de desenhar, apesar de não
fazê-lo há muito tempo. Fora desencorajado pelas pessoas grandes. Tudo o que
sabia fazer era uma cobra digerindo um elefante.
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O pequeno príncipe |
O
pequeno príncipe, que nunca desistia de suas perguntas e nem respondia a de outro
alguém, demorou a contar sua história, mas, aos poucos, o aviador descobriu que
ele viera de um pequeno asteroide onde havia três vulcões – dois deles ainda
ativos e um já extinto - e uma rosa. Por desventura, ao acaso nasciam também
alguns baobás. A
rosa, segundo ela mesma, era única. O pequeno príncipe a amava, mas o orgulho
da pequena o levou para longe.
Carregado
pela migração dos pássaros selvagens, o principezinho conheceu outros planetas. Entre eles, um último planeta - habitado por milhares de pessoas
parecidíssimas com aquelas que encontrara nas viagens anteriores - chamado
Terra. Ali avistou milhares de rosas iguais à sua. Conheceu também uma raposa
que o ensinou o valor do amor.
Em
meio ao deserto escaldante, conheceu nosso aviador.
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Aqueles que passam por nós não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós. | ![]() |
O que torna algumas pessoas
tão iguais e tão diferentes? As crianças não veem a cor da pele, o país de
origem, o tamanho dos seios, da carteira... Como o próprio autor diz, o essencial é invisível aos olhos. Assim,
pergunto-me: em que momento essa pureza se desfaz, misturando-se ao senso comum
das pessoas grandes? Afinal, não se nasce com ódio, os homens o ensinam.
O autor conseguiu, em poucas
palavras, representar as diferentes faces dos homens ou, como chamaria ele,
“pessoas grandes”. A sociedade contemporânea é composta por milhões de pessoas
aos quais o comportamento uniforme torna a manipulação muito fácil. Acredito
que Saint-Exupéry quis, nos capítulos em que o pequeno príncipe visitava os
asteroides, demonstrar isso. O monarca que acima de tudo cobiçava poder em seu
mundo pequeno e desolado; o vaidoso que cegamente teimava em acreditar que
todos o adoravam; o bêbado preguiçoso que sentia vergonha de beber, mas nada
fazia para mudar; o empresário ambicioso que só pensava em números; o acendedor
de lampiões que, por tanto trabalhar, nada fazia do que queria; o geógrafo que
não conhecia nem a geografia do próprio planeta, mas queria saber sobre o de
outrem.
Ao final, o autor nos presenteia com um enigma:
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“Eis um grande mistério. Perguntem a si mesmos: o carneiro terá ou não comido a flor? E verão como tudo fica diferente...” | ![]() |
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